Fala, torcida vascaína: São Januário viveu ontem uma noite de frustração e esperança que se entrelaçam. O empate por 2 a 2 contra o Ceará escancarou defeitos individuais e decisões táticas que continuam a perseguir o Vasco no Brasileiro. Léo Jardim e Cocão falharam nos lances que culminaram nos gols, Paulo Henrique demorou a decidir e cedeu a bola; detalhes que traduzem uma ansiedade coletiva.
O treinador Fernando Diniz insiste em invenções que surpreendem mais do que convencem. Trocando o posicionamento de Nuno, Coutinho e Robert Renan, o técnico buscou soluções no treinamento — segundo ele — mas deixou o time sem contundência. Nuno, que rendeu bem como volante, virou exemplo de jogador bem aproveitado; o problema é que essa descoberta não resolve a sistemática falta de pontos em São Januário.
Desde 17 de maio o Vasco não ganha três pontos em casa. Em 22 jogos disputados a sequência de vitórias simplesmente não aparece. O clube tem bons jogos, como o 3 a 1 sobre o São Paulo e o 6 a 0 memorável, mas a regularidade não vem. Com 16 partidas pela frente no Brasileirão e 48 pontos em disputa, o Vasco precisa somar 22 pontos para respirar. É matemático e dramático.
O debate entre resultado e processo é antigo, contudo o futebol também é feito de números: 20% de aproveitamento em algumas passagens de Diniz, 15 finalizações com apenas duas no alvo — estatísticas que mascaram a verdade se dependerem apenas da posse de bola. Trocar passes na defesa não é agredir o adversário; agredir foi a entrada de André Gomes no segundo tempo, quando o time buscou ofensividade e gerou perigo.
Estreia positiva de Carlos Cuesta trouxe alento; Robert Renan foi testado de volante, e a versatilidade chamou atenção. Mateus França precisa de ritmo e minutos: ninguém entra em forma sem jogar. Cocão teve uma noite para esquecer, mas o elenco tem peças capazes de virar o jogo se Diniz buscar menos invenção e mais pragmatismo.
O clássico com o Flamengo aproxima-se como uma prova de fogo. Casos como a saída de Lucas Freitas e o retorno de Hugo Moura alteram opções, mas o que a torcida espera é simples: pontos em São Januário, postura competitiva e menos artifícios táticos que confundem o próprio time. O Vasco pode sonhar — e sonhou grandes noites —, mas precisa transformar sonho em consistência.
No café da manhã vascaíno, conversa vai, torcida comenta, e cada erro vira lição. Se o clube quer respirar no Brasileiro, é hora de pragmatismo, cobrança e entrega. Porque, no fim, o que move São Januário é a paixão: a mesma que empurra jogadores, critica escolhas e insiste em acreditar. Vamos, Vasco: a segunda-feira começa, e o clássico espera.
Apesar das falhas de Léo Jardim, Cocão e Paulo Henrique, e das críticas ao Diniz, há confiança em André Gomes, Carlos Cuesta e no potencial de Mateus França. Torcedor vascaíno exige postura e resultado. Se o Vasco ajustar erros individuais e táticos, São Januário voltará a ser fortaleza no Brasileirão agora mesmo.
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